sexta-feira, 29 de junho de 2012

As Odes do 12ºA

Poemas à moda de Álvaro de Campos


Ode


Desci a minha cidade
    à procura de uma feira de emoções
    Abro a porta fútil
    E abraço o paraíso.
    A minha mente convalesce e avanço.
    Avanço para um destino
   Que não controla a sede de gastar.







As escadas rolantes elevam-me
    Ao caos de cores, brilhos, plumas,
    rendas, pedras, doces, perfumes
    e as pessoas circulam freneticamente
    com a cara rapada de emoções.

Ó shopping! Avanço e sinto-me tão inútil
Como todas as futilidades que me rodeiam, mas avanço…
Ó Breska, ó Stradivarius, ó Lanidor,
Ó H&M, Ó Intimissi, ó Zara,
Ó Salsa, ó Levis, ó Pull and Bear
Ó Sport Zone, Calzedonia, Mango, Benetton, Rulys 
Perfuma-me  do teu perfume …pfff, pffff
Veste-me das tuas cores … zippppp,
Calça-me com a tua mais recente criação
de primavera/verão … toc toc toc
Quero ouvir -te, sentir -te, usufruir e abusar sem pensar,
Do teu glamour com travos
a Channel, Gucci, Dolce & Gabanna
Sempre, sempre, sempre, ahhhhhh, sem precisar de agradecer

Ah pesa-me e custa-me pensar que,
Como eu, levas mais à tentação
A minha vida sem ti é como uma flor sem água, murcha,
um dia sem sol, telemóvel sem bateria, pão sem queijo,
é como um livro sem folhas, uma criança sem sorriso.

Ahh essas crianças que berram, que gritam,
que choram e que imploram birrrammmmmm…
brandam, praguejam e apregoam ao pai, à mãe, à avó e ao desconhecido
careca a Barbie e as suas estirpes e  outras bolas,
piões ,aviões e automóveis de todas cores.
É caos no mundo nos mais encantado

Não hesito, não tenho medo, sou ser completo e não vazio e
estou cada vez mais próximo
Ó saldos, ó liquidação total, ó promoções, ó reduções,
Ó -50, -60, -70 e às vezes -80%
Ó sorte traz o meu número disponível em stock.
A corrida já começou, encontrões, empurrões, nódoas negras,
amarelas e com purpurinas. Cabelos desgrenhados ânimos
exaltados… As coisas que as coisas nos fazem passar. São as
nossas MARCAS de guerra que orgulhosamente envergamos.

E eu avanço inútil
Porque tu me alimentas a alma e
Fazes arder o cartão de crédito
Agrrrrrrrrrrrrrrrr
Sinto-me inútil.

A minha casa são os teus brilhos
São os complementos falsos das empregadas estagiárias,
funcionárias e gerentes que se tornam as melhores amigas
e confidentes «AHH! Até parece mais magra»;
«AHH! Que elegante que fica» «Ahhh! Tão lindo! leve, leve que
 é o último»
Uma força misteriosa abate-se sobre mim,
e tudo isto me atrai estupidamente.

Posso mudar de casa, de cidade, de rua, de língua,
O fim é sempre igual…
O cartão passa
Plim-plim-plim
A caixa abre, fecha, abre, fecha, abre, fecha  cachim-im-im
A uma velocidade inigualável
Sinto um fogo de artifício dentro de mim …fjj, fjj pummmm
e dou pequenas risadinhas hihi

És o presente mais presente na minha vida
Eia os sacos! De plástico normal,
Reciclável, de cartão,
Eia os embrulhos e embrulhinhos
Às pintinhas ou risquinhas, bolinhas, quadrados, losangos e
outras formais geométricas duvidosas
Eia as fitinhas azuis para os meninos
E rosa para as meninas
Eia, eia, eia, eia
Volto a mim outra vez
Deixo-me atingir pela realidade
A ansiedade desapareceu
Mas sinto necessidade desta vida fútil e inútil que perdura,
como eu, e me aprisiona ao sentimento de gastar.

O meu maior problema é que nunca aprendo nada com isto.
Perco algo, talvez tudo e nunca ganho nada.
Devemos acabar com as coisas antes que as coisas acabem connosco.
Avanço e sinto-me inútil.

Não aprendo a esquecer.
Este é o único caminho que a vida me aponta.
O meu coração está vazio, mas ama-te, ó shopping. É mais que
uma teimosia.
Amo-te há tempo demais.
Deixa-me!!!
Não quero sentir saudades de tudo aquilo outra vez!
Só quero um enorme e profundo descanso e tudo seria mais
fácil.
Amanhã não será mais fácil.
Adriana Machado
Ode à Música
 Ah complicadas notas numa pauta musical!
 Quem me dera ser vós!
 Dóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó! Réééééééééééééééééé´!
 Breves, mínimas, colcheias, fusas, semifusas!
 E todas as outras! Desavergonhadas!
 Entrelaçadas, embrulhadas, como dois namorados no fogo da paixão.
 Ah, poder possuir-vos!
 Essa sensualidade e suavidade.
 Hê-lá! Hê-lá!
 Os outros! Aqueles que não sabem o que é ouvir-vos,
 São uns nojentos! Tristes! Desavergonhados como elas (as notas)!
 Esta azia que sinto quando oiço falar mal de vós,
 Da vossa magia, da vossa sinfonia.
 Ahhhhhhhhhhhhhhhh! Uhh! Uhh! Uhhhhh!
 Deviam ter nascido sem ouvidos, para castigo de não os usarem como Homens!
 Hipócritas!
 Possuir a vossa doçura, beleza e perfeição!
 Ser escrita, lida, tocada, escutada,
 Pelos músicos e maestros!
 Ai, como vos amo! A esses que sabem o que é a música.
 Quero ser o som que sai das flautas e trombones,
 Saxofones e bateria!
 Quero ser uma orquestra inteira!
 Quero ser atraente, sensual, pura! Como a música.
 Quero, quero, quero!
 Zzzzzzzzzzzzzzzzzz. Ehhhhhhhhhhhhhhhh! Eheheheheh!
 Ai! Como deve ser uma pausa num compasso!
 O silêncio!
 O barulho!
 Tudo!
 Eu quero-te!
Músicaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!
  Papapapapapapa! Tututututututu! Tritritritri!
Andreia Ribeiro
12ºA  nº4



Saúdo-vos computadores!
Por tudo aquilo que fizeram, fazem e irão fazer…
R-r-r-r-r-r-r-r-r!
Tanta diversidade: portáteis, de secretária, grandes, pequenos, baratos, caros, bonitos,
 feios, levem, pesados, potentes, rudimentares!
Hé-há! Hé-há! Hé-há!
Toda a gente os usa: crianças, adultos, estudantes, velhos, arquitetos, advogados,    
médicos, professores…
Tic-toc-tic-toc-clic-tac-clic-clic!
Somos  nós a dar ordens à maquina.
A informação passa por entre fios e fios até chegar ao “coração” do computador.
Volta a resposta tão rápida quanto possível.

Por vezes saltamos de alegria e de euforia quando ouvimos: tchan-tchan… tchan-tchan…
Sinal de que todo o processo correu bem!
Outras vezes, já muito suados de trabalhar:
Pi…pi-pi…pi…pi-pi…pi…pi-pi… pi…pi-pi…pi é o ruído que ouvimos.
Arre!
Só apetece esmagar-te, torturar-te, congelar-te, incendiar-te, partir-te
E zás! Vidros partidos – crash…plink…tlink – cabos desventrados – monitores rachados.
Ah! O que seria de nós sem vós, máquinas…
Artur Fonseca
 









Ode Futurista à moda de Álvaro de Campos




Oh sol que raias lá fora!

Essa tua luz, teu calor, tua força para trazer todos os seres vivos para a rua.

Como te amo! Quem me dera puder ser tu, Oh meu adorado sol!

Ser teus raios que cobrem corpos de raparigas, rapazes, crianças, adolescentes, idosos, adultos que em nada se importam com os escaldões, vermelhões, cancros e outras maleitas mais.

Quero poder cobri-los a todos e a todas, penetrá-los, deixar-lhes marcas.

Ah, poder rasgar nuvens, vencer a chuva, sair para a rua todos os dias e alegrar o mundo inteiro em toda a parte.

Quero sentir-te, quero sentir-te mais do que sinto, quero sentir teu calor!

Hé-lááá que calor.

Acende a chama em mim e deixa-me como deixas as florestas no verão: devastadas, queimadas, corroídas, devoradas, consumidas, em cinzas, reduzidas a nada…
Quero ser nada, ser nada e ser tudo!
O deslumbramento da tua luz refletida no oceano, os teus raios entrando em casas, hotéis, estalagens, suítes luxuosas, lojas, escolas.
Escolas que hoje em dia já não são o que eram antigamente, escolas em que os putos dão porrada nas professoras, em que dão porrada numa garota inocente, filmam e postam no tão adorado facebook.
Escandalosos casos que depois passam para a comunicação social e só depois são tomados em tribunal.
Tribunais onde trabalham advogados de defesa, advogados de acusação, juízes, tanta gente a trabalhar para depois as penas não serem as corretas ou cumpridas.
Mas que justiça é esta? Indivíduos julgados por crimes que cometeram e depois saem em liberdade prontos para cometerem as mesmas iniquidades.

Hé-lá sol, hé-lá luz, hé-la calor, hé-lááá!!!
Anseio ser tu, anseio não me preocupar com as injustiças do mundo, com os crimes cometidos por novos e velhos.
Anseio ser ardente, luminosa, ofuscante.
Oh meu sol que já te estas a pôr.
Volta amanhã e deixa-me exaltante novamente.
Diana Cardoso Nº13 12ºA

Ode
Saudação a Fernando Pessoa









Hé-lá-á-á-á-á!
Saúdo-te mestre dos poetas, pai da poesia universal!
Pergunto-me eu, uma simples mas profunda apaixonada,
Porque te comparam com o “grande poeta do Ocidente”!
Sim, sim, sim esse da epopeia nacionalista, o “zarolho”
Nada se iguala aos teus divinos e transcendentes versos,
à dor, sofrimento, angústia, tédio, infelicidade, desfortúnio,
azar, abdicação, desgosto, aborrecimento, enfado, saudade e
nostalgia que colocas neles. Ah-a-a-a raaaios!
Nada se compara
Talvez ao longo da tua vida te tenhas conformado
com o facto de que para sermos felizes, temos de ter
um pouco de tudo e de nada
Oh-oh-oh-oh essa histero-neurostenia, talvez do ópio, talvez do álcool
O que interessa! Nada
Ah-ah-ah-ah
O fundamental é essa simulação, essa despersonalização sublime,
perfeita, bela, magistral, inacreditável, transcendente, harmoniosa,
preclara, estética, exímia, exemplar, irrepreensível, impecável
que te permite ser tudo e todos, um e múltiplos, sozinho e rodeado,
ser um espelho e os seus múltiplos pedaços, ser uma laranja e os seus gomos,
uma árvore e todas as suas folhas e ramos, um ser e todas as células.
Ser um Caeiro, que vive da realidade imediata, das sensações puras
e extremas, que tem aquela visão ingénua, instintiva, imediata,
espontânea, simples, natural, sem as amarras do pensamento, livre,
um Alberto Caeiro deambulante, com hábitos de andar sem rumo, objetivo;
Ser um Ricardo Reis pagão, autodisciplinado, comedido, moribundo,
efémero, espiritual, monárquico, rígido, clássico,
com uma serenidade epicurista, que não cede aos impulsos dos instintos,
que procura a calma, a ataraxia, a aponia, a paixão comedida ou
ser um Álvaro de Campos, engenheiro mecânico, um “filho indisciplinado
das sensações”, um poeta da modernidade, um cosmopolita, sensacionista,
um cultor da vida marítima em todas as dimensões, das sensações
sem limite,
um poeta da condição humana partilhada entre o nada da realidade
e o tudo dos sonhos, apaixonado pela máquina, que procura a evasão
Tu, meu querido Pessoa, consegues ser tudo; como dizias:
“Quem tem alma não tem calma”, e tu foste, és e sempre serás prova disso mesmo,
Desse choque, desse confronto, desse turbilhão, dessa carnificina e massacre
Apoteótico
Saúdo-te, aclamo-te, felicito-te, aclamo-te por me dares e ensinares
uma nova visão das letras
Saúdo-te pela tua poesia, pelo encantamento que as palavras têm
Saúdo-te por teres o poder de me fazer sorrir e suspirar sempre que leio
um poema teu
Saúdo-te pela força que a tua escrita tem aqui, acolá,
no outro lado do país, do continente, do oceano, do mundo, de todo o
Sistema Solar, da galáxia, do universo
Saúdo-te por conseguires expressar a tua dor de tantas formas
diferentes, de forma comedida, inconsciente, exuberante, torrencial,
disciplinada, fingida, nostálgica
Hé-há! Hé-hô! H-o-o-o-o-o-o-o-o-o!
Up-up-up-up-up
Oh-o-o-o meu velho Fernando
Se dizem que é preciso dez gerações para entender a profundidade,
a essência dos teus poemas
Hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá-hô
Hup!!!
Eu, entusiasta pela tua escrita, digo que é um fidedigno embuste.
Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! NUUUUUUNNNNNNCCCAAAA!
Nem em dez, nem em vinte, em trinta, mil, nem mesmo quando
a exponencial ou a função logarítmica tende para mais infinito
irão compreender o primor dos teus versos
Porque tu, Fernando Pessoa, nosso patrono, poeta maior do modernismo
Literário e pensador inquietante de um Portugal mais culto e mais ousado,
u és único, exclusivo, ímpar, singular, irrepetível.

Gabriela Teixeira Carrasqueiro nº18   12ºA
Ode


Bendito sejas trabalho que ocupas férteis mentes jovens.
Potencialidade esgotada é morte certa.
    Morte indigna, indigna ARRE!
    Morte sem criação é morte vazia
    Morte bela de ventres estripados, cabelos ao vento e corações nas mãos.


Triste esta condição que só traz desatino.
Trabalho requer inspiração, inspiração mecânica e automática e sangrenta e nojenta e
fedorenta e tudo.
 Gentes cheias de teorias, teoremas, regras, normas e estratagemas sem nexo ou sentido,malditos sejam! Malditos sejam todos!
Malditos sejam os artistas com as suas epifanias de gente descontente que não conhece
prazer extasiante da máquina.
Gente atrasada do passado, do papel e caneta, da tinta, dos pássaros de papel. De sonhos devassos devaneando que nem folhas ao vento seco.
As noites boémias de álcool, tabaco, ópio, …, … e ... AH que tristes miseráveis
criaturas nos tornámos!

Tristes criaturas de vícios não me temam, mas o terrífico som da máquina falecida, o som apocalítico da era moderna, da indústria, da grandiosa e indomável era da máquina
Piiiii Piiiii!

Pobres máquinas, tristes como a solitária masturbação da mente recheada de passadismos antiquados.
Aclamem o ruído surdo dos automóveis, o fumo, o fogo, a excitação, a emoção UH HA!
Aclamem o cansaço íssimo ÍSSIMO de carneiros suicidas, grandes mestres e amigos de
genialidade esgotada!
Viva as fábricas de metal e pedra e vidro e suor e cimento e aço e sangue e corpos nus e linhas retas e números reais e não reais e imaginários e gráficos e alcatrão e armas e cabelosndespenteados!
Viva o negro, o cinzento e o vermelho!
Malditos… Malditos sejamos todos!
Laura Gabriel  12ºA   Nº19

Ode à eletricidade

 Ó eletricidade, tu que nos permites ser feliz
Escrevo para te dar o valor que mereces
Tu que és inigualável, insubstituível e indispensável.

      Em frente ao computador penso e repenso,
Como seria se não te tivessem descoberto?
Como, como seria?
Viver sem ti? Agrrr, não, nãoo, nãooooo!!!!

     Tu que nos permites utilizar a televisão,
O computador, a aparelhagem, a torradeira, o micro-ondas,
As máquinas de lavar, o despertador, o telemóvel, a impressora…
Tu que nos tiras do escuro, e que nos iluminas!
O maravilhoso barulho das lâmpadas, que com a tua generosidade dão luz…
Zzzzzzz...Zzzzzzz…Zzzzzzzz...
Ah, essa luz que nos faz tanta falta…
Irraaaaaaaaa…Irraaaaaaa…Irraaaaa…
Podemos ler, escrever, jogar, trabalhar, comer,
Exercitar, namorar, cantar, corrigir, analisar…

     Oh minha electricidade querida, sem ti a vida seria tão pobre,
Não valeria sequer, a pena viver,
Passaríamos o tempo no vazio, no escuro! O que seria?!
Não poderíamos jogar computador, nem ver televisão,
Nem ler uma revista, nem ter telemóvel, nem usar a torradeira, nem o micro-ondas,
nem mesmo ler um livro antes de dormir…
Nem sequer ouvir o “click” dos interruptores prontos a fazer magia
Aiiii, nãoo, nãoooooooo!!!!!!!!
Só de pensar num dia sem essa tua maravilhosa luminosidade,
Revira as tripas, dá vómitos…

Bluuuu…
    Sem ti não podemos viver condignamente!
     És tu que dás a vida ao nosso dia!!
Sim, tu!! Maravilhosa e perfeita eletricidade!!!


Mariana Marques 12A


                                                 Ode da Natureza



Com a maior euforia
dei por mim a observar o lado mais agressivo da Natureza.
Fixei o meu olhar na janela e os meus ouvidos nos ruídos transmitidos
e ouvi um aglomerado de rrrrrrrrr rrrrrrrr rrrrrrrr e em simultâneo
o ruido da chuva picc, picc, picc pic pic pic, e
captei também o prum, prum, prum o barulho dos trovões
que me revelou toda a agitação daquela noite.



Observei toda a agitação envolvida pela
escuridão da noite, um cenário que me despertou outro modo de ver a Natureza
que anteriormente não vira.
Vi as Árvores agitadas ao sabor do vento, vi a lua cheia, vi e ouvi as chapas                 
abaterem com extrema fúria pah, pah, pah …


Era uma agressividade sem fim tudo voava tudo explodia ruído
tudo era incomum, tudo estava descontrolado.
E assim me deparei com uma Natureza diferente.

Fábio Anastácio
Ode à Pirataria




Ó piratas cibernautas,
Como vos adoro!
Como vos adoro, gatunos, ladrões, patifes,
Heróis desse mar digital!
    Ó piratas cibernautas
Que enfrentam monstros marinhos,
Com vossos canhões carregados
Com worms, spam, vírus e viroses.
Que penetram na carne rija e escura
De antivírus tais como o poderoso, perigoso e imponente
Panda Security.

    Ó piratas cibernautas
Patifes corajosos
Dispostos a enfrentar as autoridades
Para trazerem até mim tesouros
Caixas e baús zipados
Cheios de joias de filmes, séries preciosas
Programas, jogos, aplicações, músicas, baladas,
Ficheiros, pastas, imagens, vídeos, planos de operações secretas,
Informação e mais Informação
Bits, Kbits, Megabites…
   Hei Hei Heiooo iiii Hei Hei Heia Heia
Tanta coisa, tanta coisa.
(“coisa” não)
COISAS!! Coisas e coisas
Bits e bits de coisas, todas só para mim…
    Hei Hei Heioo Heioo
Tudo! Tudo e mais alguma coisa
Para regalar os meus olhos
Mente, pensamento, olhos, ouvidos, nariz, boca,
Todo o meu ser abarrotado, entupido, repleto,
Lotado com meras informações.
Informações divertidas, tristes, felizes e infelizes.
Informações, umas mais importantes que outras
(Outras que são lixo que me vêm encher gavetas JÁ CHEIAS de tralha…
Gavetas prestes a rebentar… BUUMMMM… num armário que é a mente.)

    Tudo isto que…
ESPERA AÍ! “Tudo isto” é pouco.
Tudo e MAIS ALGUMA COISA! (Ah, agora sim)
Tudo o que existe
Na nossa maldita esfera azul
Que flutua no vazio negro,
Está ao meu alcance através de um simples clique…

    Ai que delícia
Ai Ai Ai Heia Heia Heia
Ai que delícia que isto é
Ai como eu adoro aquela sensação de realização
Quando finalizo um download.

    E aí como odeio quando a porcaria
Do meu PC (aquela carcaça nojenta feita de inúmeras peças, sistemas
Eléctricos e mecanismos possuídos por demónios negros).
BLOQUEIA precisamente quando está a faltar
Apenas UM SEGUNDO para completar a transferência
Ai que r-r-r-r-r-r-r-raiva!!
Hei Hei Heioooo R-R-R-R-Raios, coriscos,
Relâmpagos, faíscas, trovões…

    Ai como te amaldiçoo
Ó caixa infernal que bloqueias.
Que ardas no inferno das máquinas
Que lá te liguem e desliguem à tomada,
Sucessivas vezes, sem te darem oportunidade
De recuperar o folgo fugido,
Até que todos os teus circuitos fiquem queimados
E a fumegar AH AH MUAH AH AH


    Ei, queimados não! Queimados é pouco.
Que fiquem esturricados, tostados, rasgados, dilacerados,
Despedaçados, retalhados, esmagados,
Esmigalhados, espezinhados, fraturados,
Esfarelados, esquartejados, trituradas, pulverizados…
Completamente aniquilados…
AH AH

    Mas eu rapidamente o perdoo
Quando ele liga e me deixa
Aceder aos portos onde piratas
Atracam suas embarcações
E libertam preciosas mercadorias.
E eu saco-as, baixo-as todas.
Todas! Tantas quanto os servidores
E sites de partilha permitirem.


    Avé ó piratas cibernautas!
Avé ó Baixaki!
Avé ó Fileserver!
Avé ó Oron!
Avé ó Megaupload!
(Óh, esse coitado já não! Sucumbido perante um surto de S.O.P.A.
S.O.P.A! Maldita sejas. ASSASSINA!!!)
Avé ó Hotfile!
Avé ó Rapidshare!
Avé ó Easyshare!
Avé ó Piratuga!
Avé ó Corsarios do mar digital!!!
Heioo Hei ooo iii Bit Bit Bit z-z-z-z-z-r-r-r-r-r-r ERROR ERROR…
12º A - Nº 23, Ruben Pastilha





Tac, tac, tac, tac

Maldito seja o batuque da mudança que anda a toque de caixa da inovação.

Avançamos como cordeiros da Ciência! Nós! Gente parva, atrasada e deslumbrada pela biotecnologia. Malditos sejamos todos!

De mãos dadas com a Natureza

Manipulamos e recriamos o Natural

Num entra e sai, num gira e volta, no qual, nós, apenas Homens, somos objeto e utensilio!

Sujámos tudo o que nos destes, Mãe Natureza!

Roubámos o Verde ao mundo, pintámos de ferro alcalino e oxidado as paisagens.

Pobre vida, pobre mundo, pobre Natureza!

Tac, tac, tac, toc, toc, toc

Lá vens tu! Cintilante tecnologia que esconde fórmulas intermináveis de letras e números que expressam a vossa inteligência artificial e ambição vergonhosa.

Calcamos fortes, firmes, furiosos ,o chão do planeta azul!

Onde antes havia gente cujas mãos descobriram o fogo, de olhos postos no Universo estrelado,

Onde antes nadavam peixes e saltavam macacos.

Agora, ereto, anda o Homem!

E, assim, vivemos o amor químico da tecnologia!

Que será de ti? Pobre Ciência, caminhas a passos largos para a tua destruição

Usando a tua própria criação!

Arre! Arrrrrrrrrrrrrrrrrreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

Vanessa Sofia 12º.A